A almejada revolução e o nascimento da criança perdem todo o significado para João Aurélio no momento em que se cumprem. Distante da vida dos vivos, o pai mergulha no isolamento e na loucura, na obsessão do passado e da morte. Longe dele, a filha procura saber quem realmente é, no que faz e se propõe fazer, com tudo o que isso implica: liberdade, incerteza, contradição, dúvida, risco. Em paralelo, a jovem vida em democracia do país procura desenvolver-se, libertando-se dos seus atavismos históricos e de um passado idealista.
Portugal, nos quarenta e cinco antes que antecederam o 25 de Abril, contado através da história familiar e política de João Aurélio. E Portugal, nos quarenta e cinco anos que se seguiram à revolução, narrado pelo percurso indagador de Catarina.