2018-07-11

«Mulheres Livres, Homens Livres» é o livro que vai relançar a discussão sobre o feminismo em Portugal

Desassombrada e lúcida, Camille Paglia põe em causa o feminismo moderno e de género

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Camille Paglia, feminista incómoda e uma das mulheres mais controversas dos Estados Unidos, que não se coíbe de emitir opiniões menos consensuais sobre figuras como Madonna ou Donald Trump, é a autora destes ensaios reunidos no livro «Mulheres Livres, Homens Livres», que a Quetzal faz agora chegar às livrarias.

Um livro que não podia ser mais feminista e que, estranhamente, ou não, apela à união de géneros. Está disponível desde 6 de julho. Com tradução de Helder Moura Pereira, «Mulheres Livres, Homens Livres» reúne teses que relançam a discussão sobre o feminismo, questões de assédio sexual ou doutrinas de género.

A visão desassombrada e lúcida de Camille Paglia, que assume uma postura sempre provocadora, põe em causa muitas das premissas do feminismo moderno e de género. Aos 71 anos, Camille Paglia acredita que estamos a regredir para um estádio pré-feminista, onde uma excessiva proteção às mulheres as transforma em seres frágeis e incapazes de se opor à violência, à discriminação e às adversidades. Uma postura que a autora despreza e classifica como «vitoriana», «burguesa», «politicamente correta», «puritana» e «estalinista». 

«Mulheres Livres, Homens Livres» aborda temas que vão desde a exigência de oportunidades iguais para as mulheres até ao elogio a Madonna como verdadeira feminista, desde a crítica ao conformismo na universidade até à busca de um padrão de beleza mais exigente (que vá além da busca da juventude pela «etnologia plástica»), louvando a força libertadora do rock‘n’roll, exigindo liberdade de expressão e sem restrições nas universidades e na imprensa, cada vez mais proibicionistas. Estes ensaios são uma leitura essencial que afirma o poder de mulheres e de homens livres — e do que podem realizar juntos.