2023-07-10

A história do repouso, ou seja, a história do dolce fare niente.

Chega o tempo de [merecidas] férias e abundam planos para ocupar esse período de descanso tão aguardado durante tanto tempo. Mas será o lazer sinónimo de repouso? O historiador Alain Corbin, conhecido pela enorme sensibilidade no tratamento de temas menos convencionais (como a história dos ventos, da sombra ou do prazer e da paisagem), propõe-se estudar a evolução do descanso ao longo dos séculos no livro História do Repouso. Um primoroso ensaio que se lê com tempo e sem horas contadas, bem ao jeito do dolce fare niente.

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Estabelecendo uma evolução do repouso enquanto conceito na nossa cultura ocidental – da sua implicação religiosa até aos dias de hoje –, Alain Corbin debruça-se sobre esta temática sob vários pontos de vista, que vão desde a postura ao vestuário e ao mobiliário, bem como à sua importância na estrutura social. Erradamente, não falamos mais de descanso, mas de momentos de relaxamento, diversão e evasão, o que equivale a substituir a fadiga por mais tensão, mais tarefas, mais disciplina e mais consumo. Porque o descanso não é sono, nem imobilidade, nem cura, nem uma solução para a fadiga – mas um momento em que o ser humano se reconstrói, caminha, esquece, encontra um lugar apenas seu.

Alain Corbin convida a refletir sobre a nossa relação com o trabalho, com a fadiga e com o tempo que temos disponível para viver. Vencedor do Prémio Étienne de la Boétie, História do Repouso chega às livrarias, com tradução de Sandra Silva, a 13 de julho.