Estabelecendo uma evolução do repouso enquanto conceito na nossa cultura ocidental – da sua implicação religiosa até aos dias de hoje –, Alain Corbin debruça-se sobre esta temática sob vários pontos de vista, que vão desde a postura ao vestuário e ao mobiliário, bem como à sua importância na estrutura social. Erradamente, não falamos mais de descanso, mas de momentos de relaxamento, diversão e evasão, o que equivale a substituir a fadiga por mais tensão, mais tarefas, mais disciplina e mais consumo. Porque o descanso não é sono, nem imobilidade, nem cura, nem uma solução para a fadiga – mas um momento em que o ser humano se reconstrói, caminha, esquece, encontra um lugar apenas seu.
Alain Corbin convida a refletir sobre a nossa relação com o trabalho, com a fadiga e com o tempo que temos disponível para viver. Vencedor do Prémio Étienne de la Boétie, História do Repouso chega às livrarias, com tradução de Sandra Silva, a 13 de julho.