2023-05-03

J. Rentes de Carvalho e o mistério que fica para lá do fim.

«Oficialmente entrei hoje na velhice», escrevia J. Rentes de Carvalho na última entrada do diário que manteve entre 1994 e 1995, quando fez 65 anos. Agora, à beira dos 93 – que completa a 15 de maio –, a Quetzal reedita o livro que reúne esses textos recolhidos durante um ano, a que deu o título Tempo Contado, distinguido com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE em 2011. Um livro que escreveu para assinalar a transição de idade: «Dar-me conta de como o tempo de uma vida é um instante irrisório, a incerteza do que será o meu destino, o mistério do que fica para lá do fim.»

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Entre Portugal e Holanda, Trás-os-Montes e Amsterdão, somos guiados pela intuição e a sensibilidade de J. Rentes de Carvalho, um dos grandes escritores portugueses do nosso tempo. Regressar e partir, estar num lado e viver no outro, visitando permanentemente a pátria mesmo quando se está longe dela. «Rentes de Carvalho leu-nos melhor do que algum dia poderemos reconhecer», nota Francisco José Viegas na nota biográfica de Tempo Contado.

«Pergunto-me como olharei para este [diário] se o destino me deixar chegar aos oitenta. Porque ingénuo já não sou. Romântico também não, e das ilusões guardo somente as precisas para com elas diluir um pouco as sombras do viver.»

Nas livrarias a 11 de maio.