O Rei Pálido
O aborrecimento. Se há alguém capaz de escrever um grande romance sobre este tema é certamente David Foster Wallace: o aborrecimento e os seus efeitos sobre o espírito.
Em A Piada Infinita, explorava o entretenimento e o prazer - que obliteram a dor; aqui, em O Rei Pálido, Wallace leva até às últimas consequências a observação e o estudo da tristeza, da monotonia, do tédio. E, para isso, não poderá haver ambiente mais natural e propício do que a Autoridade Tributária, um centro regional de processamento de IRS algures no Midwest. O Rei Pálido foi publicado postumamente e editado a partir dos manuscritos encontrados - doze capítulos prontos e outros ainda em construção -, seguindo-se as anotações do autor ou apenas a lógica interna do texto.
A crítica Michiko Kakutani considera este trabalho de Wallace o mais imediato em termos emocionais, e aquele em que o autor se relaciona mais intimamente com a sua dificuldade em navegar a vida de todos os dias.
David Foster Wallace numa das notas que deixou afirma:
«A felicidade - uma combinação de alegria + gratidão, a cada segundo que passa, pela dádiva de estarmos vivos, conscientes - encontra-se do outro lado de um aborrecimento absolutamente aniquilador. Prestem toda a atenção à coisa mais entediante que forem capazes de descobrir (declarações fiscais, golfe na televisão) e vão ser inundados por ondas de um aborrecimento como nunca sentiram e que vos vai praticamente matar. Mas, se conseguirem sobreviver a isso, será como passar do preto e branco para a cor. Como água depois de vários dias no deserto. Uma felicidade constante em cada átomo.»
Em A Piada Infinita, explorava o entretenimento e o prazer - que obliteram a dor; aqui, em O Rei Pálido, Wallace leva até às últimas consequências a observação e o estudo da tristeza, da monotonia, do tédio. E, para isso, não poderá haver ambiente mais natural e propício do que a Autoridade Tributária, um centro regional de processamento de IRS algures no Midwest. O Rei Pálido foi publicado postumamente e editado a partir dos manuscritos encontrados - doze capítulos prontos e outros ainda em construção -, seguindo-se as anotações do autor ou apenas a lógica interna do texto.
A crítica Michiko Kakutani considera este trabalho de Wallace o mais imediato em termos emocionais, e aquele em que o autor se relaciona mais intimamente com a sua dificuldade em navegar a vida de todos os dias.
David Foster Wallace numa das notas que deixou afirma:
«A felicidade - uma combinação de alegria + gratidão, a cada segundo que passa, pela dádiva de estarmos vivos, conscientes - encontra-se do outro lado de um aborrecimento absolutamente aniquilador. Prestem toda a atenção à coisa mais entediante que forem capazes de descobrir (declarações fiscais, golfe na televisão) e vão ser inundados por ondas de um aborrecimento como nunca sentiram e que vos vai praticamente matar. Mas, se conseguirem sobreviver a isso, será como passar do preto e branco para a cor. Como água depois de vários dias no deserto. Uma felicidade constante em cada átomo.»
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