Enquanto revela uma história pessoal – em que fala do fim do seu casamento, do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo ou do seu internamento durante alguns meses num hospital psiquiátrico –, Emmanuel Carrère explora aspetos da vida de todas as pessoas: do que somos, dos nossos medos e mentiras e do esforço de nos tornamos melhores e nos aperfeiçoarmos. É uma experiência radical que questiona a nossa ideia de equilíbrio e as formas de o atingirmos. Yoga e depressão, meditação e terrorismo. Desejo de unidade e perturbação bipolar: coisas díspares que afinal se combinam.
E porquê Yoga? Porque «quando se fala de duas coisas que nada têm a ver uma com a outra, a possibilidade de que, pelo contrário, estejam ligadas é grande.» E isto é também o que esta prática nos ensina. Além de nos mostrar o seu enten-dimento sobre o yoga propriamente dito, Carrère apresenta-nos um espelho romanesco da nossa relação connosco, da paciência necessária para amarmos os outros, para nos salvarmos e vivermos melhor as nossas vidas.