2021-05-26

E se a História tivesse sido outra?

Como seria o mundo hoje se a História tivesse acontecido de maneira inversa ao que conhecemos? E se, em vez de Cristóvão Colombo ter chegado à América, tivessem sido os Incas a chegar à Europa? Divertido, delirante e alegórico, Laurent Binet muda o rumo dos acontecimentos no seu novo romance, Civilizações, que chega às livrarias nacionais com tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra.

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Distinguido com o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, Civilizações apresenta versões alternativas da História que apelam a uma reavaliação do passado como o conhecemos. Neste romance o autor fornece aos índios três ferramentas para resistir aos conquistadores: o domínio dos cavalos, o conhecimento do ferro e a imunidade às doenças europeias. E põe Atahualpa, décimo terceiro e último imperador inca, a desembarcar em Lisboa, nos dias que se seguiram ao terramoto de 1531.

Cristóvão Colombo e os seus homens sucumbiram a uma morte obscura e inglória em paragens distantes e desconhecidas. E a Europa de Carlos V é um continente de monarquias extenuadas, populações famintas à beira da revolta, querelas religiosas, piratas que atacam portos, batalhas que destroem cidades e aniquilam exércitos. E é também a da Inquisição espanhola, da reforma de Lutero, do capitalismo incipiente e do milagre da tipografia.

«Binet é um prodígio de imaginação, um romancista a meio caminho do jornalismo impossível, inventando rumores onde paira a certeza, transformando em ficção o que julgávamos ser “pura verdade”», lê-se na biografia do autor. «Para os seus livros, pelo contrário, a expressão mais adequada parece ser “a busca da verdade impura” – a literatura é pura penumbra, tragédia que se transforma em comédia.»

Disponível a 2 de junho.