Chamem-me Cassandra
Como Cassandra (filha dos reis de Troia, irmã de Heitor e Páris, sacerdotisa de Apolo), Rauli tem o dom da profecia e a maldição de ninguém acreditar nele. É um rapazinho de compleição clara e delicada, quase feminina, dado à contemplação e ávido leitor dos clássicos. Nasceu no corpo errado e prevê o futuro: desde cedo sabe que irá combater em Angola e que morrerá trespassado por balas e pela homofobia.
Entre a infância e a adolescência, o romance trata da busca pela identidade num contexto hostil, além de testemunhar o colapso do sonho do «homem novo» e da utopia internacionalista. Lírico e histórico ao mesmo tempo, Chamem-me Cassandra reconstrói o quotidiano da Cuba dos anos 70, com um olhar amoroso pelas suas personagens e uma grande capacidade de ligar o mito clássico e as figuras da guerra de Troia ao enredo da guerra de Angola. Um romance de iniciação e identidade que cativa desde as primeiras páginas.