Siríaco e Mister Charles
No romance, Siríaco acompanha a Família Real na fuga para o Brasil, em novembro de 1807. Durante a paragem na vila da Praia, ilha de Santiago, apaixona-se — e decide abandonar tudo e ficar em Cabo Verde. Em 1832, torna-se intérprete e ajudante do jovem Darwin, nas suas explorações pela ilha. Entre ambos cresce uma relação de confiança e amizade. É um jovem Charles ainda inexperiente, mas ambicioso, que reflete sobre o que vê, sobre a vida que deixou em Inglaterra e o desejo de se tornar um naturalista de renome. Siríaco já é um velho de 60 anos, desencantado, que também reflete sobre a sua vida improvável, desde a escravatura no Brasil, passando pela corte, onde desempenhou o papel de «figura estranha para estrangeiro ver», e pelos anos que já vivera na vila da Praia.
Entre os territórios da História e da imaginação, um romance sobre amizade, raça, racismo, império e memória.