Os Náufragos do Wager
Porém, o Wager acaba por naufragar numa ilha na costa da Patagónia. Seis meses depois, outra embarcação ainda mais decrépita deu à costa chilena com três náufragos que contavam uma história muito diferente: os trinta marinheiros que haviam desembarcado no Brasil não eram heróis - eram amotinados.
Entre acusações de traição, rebeldia, assassínio, tirania, quebra de autoridade, o Almirantado queria saber quem dizia a verdade - e enforcar os culpados. A narrativa de David Grann não explora apenas os perigos e a crueldade da vida no mar, desafiando o escorbuto, a violência e a morte: mostra como a cobiça e a ganância se desenvolveram no gene da humanidade e relata o custo físico e psicológico dessas campanhas imperiais.
Depois de, em A Cidade Perdida de Z, contar a história da busca de uma civilização perdida, de em Assassinos da Lua das Flores escrever sobre a tribo Osage cujos membros foram assassinados por causa do petróleo, e de em A Escuridão Branca descrever a solidão e a coragem de um homem atravessando a Antártica, neste livro, David Grann coloca o destino humano entre Moby Dick e Robinson Crusoe, em aventuras coloniais que glorificavam a violência, a exploração e a mentira. Mais do que uma história de motins, é uma história da humanidade.