Ana de Amsterdam
Do famoso blogue «Ana de Amsterdam» (cujo nome remete para a famosa canção de Chico Buarque), a autora juntamente com o escritor e investigador João Pedro George fizeram uma seleção dos melhores e mais memoráveis textos. Um conjunto coeso que finalmente revela a poderosa e abrasiva voz literária de Ana Cássia Rebelo para lá da blogosfera. O diário íntimo (e ferozmente honesto) de uma mulher dos nossos tempos.
Prefácio de João Pedro George
«Ana interpreta a condição de muitas mulheres que coabitam com a frustração, asfixiadas pela casa, pelos filhos, pelo trabalho, pela falta de apoio. Noutras palavras: pelos preceitos do repugnante machismo, que impede as mulheres de admitirem publicamente que os filhos lhes esmagam as ambições, as capacidades, as forças realizadoras, e as impossibilitam de desenvolverem plenamente as múltiplas facetas da sua personalidade; pela práxis estabelecida, que diz que a mulher deve ser recatada, deve sujeitar-se ao decoro e circunscrever-se à lógica do coração e dos sentimentos; do pudor tradicional, que castiga as mulheres que confessam gozo sexual, indolência, frigidez, tristeza crónica, rotulando-as de grosseiras, indecentes, deselegantes, umas galdérias (se alguns destes textos chocarem a moralidade convencional, diga-se, desde já, bendita seja), e considerando-as inquietantes e irresponsáveis, sem textura moral, um foco de instabilidade e uma ameaça à educação dos jovens.»
Prefácio de João Pedro George
«Ana interpreta a condição de muitas mulheres que coabitam com a frustração, asfixiadas pela casa, pelos filhos, pelo trabalho, pela falta de apoio. Noutras palavras: pelos preceitos do repugnante machismo, que impede as mulheres de admitirem publicamente que os filhos lhes esmagam as ambições, as capacidades, as forças realizadoras, e as impossibilitam de desenvolverem plenamente as múltiplas facetas da sua personalidade; pela práxis estabelecida, que diz que a mulher deve ser recatada, deve sujeitar-se ao decoro e circunscrever-se à lógica do coração e dos sentimentos; do pudor tradicional, que castiga as mulheres que confessam gozo sexual, indolência, frigidez, tristeza crónica, rotulando-as de grosseiras, indecentes, deselegantes, umas galdérias (se alguns destes textos chocarem a moralidade convencional, diga-se, desde já, bendita seja), e considerando-as inquietantes e irresponsáveis, sem textura moral, um foco de instabilidade e uma ameaça à educação dos jovens.»
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