Caminho Aberto
Não planeei estes 20 anos, nem programei os próximos 20. A política não é uma carreira. A ação política é a forma que encontrei de viver uma cidadania responsável, de cumprir o dever de participar na sociedade em que vivemos. De ter a oportunidade de lutar por valores, concretizar ideias, conceber projetos e executá-los (;) no governo ou na oposição, como deputado, vereador, secretário de estado, ministro, eurodeputado e presidente de câmara. Este livro regista esse percurso. Não como livro de memórias, mas como testemunho de causas e combates, ideias e ações. Nesta medida é uma prestação de contas, que faço com gosto. Mas é ao mesmo tempo, mais que não seja para meu uso próprio, um registo de experiências sobre o método e o modo de fazer política. São pistas que julgo úteis no presente e para o futuro. Daniel Innerarity disse que a política é, «fundamentalmente, uma aprendizagem da deceção». Nunca aceitei essa fatalidade. É claro que já tive muitas deceções. Mas com elas não aprendi a conformar-me. Pelo contrário, fortaleceram sempre em mim a determinação para prosseguir, assumindo os erros e corrigindo o percurso, procurando compromissos que permitam vencer os obstáculos ou, simplesmente, prosseguir a luta com um empenho redobrado se nada houver a corrigir ou a negociar. (;) Os textos que aqui reúno são de diferente natureza. Artigos de opinião, discursos, declarações de voto. Publicados ao longo de anos, de Janeiro de 1992 até 2011. Sobre temas diversos, das questões locais às europeias, das reformas do sistema político ao combate à criminalidade. Foram escritos em múltiplas funções, estilos e suportes. Não são textos de intenção literária, mas de intervenção política.
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