Os poemas de Aberto Todos os Dias foram escritos entre 2020 e 2022 no Porto, Leça da Palmeira ou Venade e em algumas cidades dispersas pelo mapa da Europa. Neste livro evocam-se os dias «do fechamento» que marcaram o período da pandemia, mas também, finalmente, aquilo que passou a estar «aberto todos os dias» – aberto o livro, aberto o mundo –, e que permaneceu vivo apesar do esquecimento da banalidade, das coisas adiadas, «à espera de vez».
João Luís Barreto Guimarães, distinguido com o Prémio Pessoa 2022, é um dos poetas portugueses mais publicados no estrangeiro e finalista de vários prémios internacionais. A sua obra resulta do apuramento de uma ironia raríssima entre nós, e de uma melancolia nascida das coisas simples e quotidianas, sem ficar presa às fronteiras da lírica confessional. É uma obra marcada pela ironia, mas também pelo sentido da gravidade, pelo pormenor e pelo retrato de conjunto, pela leitura da solidão mas também do amor, da amizade, das coisas de todos os dias – como o pão de cada dia.