2025-05-13

Segundo volume chega às livrarias a 22 de maio.

«Porque é que infatigavelmente não cesso de escrever? Escrevo para estar vivo – disse um dia e repeti.» Acompanhar os diários de Vergílio Ferreira é caminhar na linha de pensamento que o orientou durante os anos em que escreveu Conta-Corrente, que a Quetzal está a recuperar numa versão em capa dura, que reúne em três volumes a totalidade dos nove volumes originais, com índices onomásticos. «Quantos entendem a língua que eu falo? Quantos ficarão a falá-la por mim? Quanto tempo ela durará?»

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O Volume II [1982-1985] termina à beira dos 70 anos de Vergílio Ferreira, 17 anos depois das primeiras impressões, que o escritor, muitas vezes em crise com a matéria que escrevia, apelidava de «futilidade diarística». Bem mais do que isso, Conta-Corrente constitui um dos documentos mais impressionantes do período entre 1969 e 1992. À importância documental e literária acrescenta-se a natureza das suas confissões, reflexões e revelações, o que transforma a obra numa extraordinária fonte para o conhecimento da vida e da história portuguesas. «Porque é que afinal escrevo? Levei a vida toda a arranjar razões. E chego ao fim sem nenhuma. Mas deve ser essa a única verdadeira. A que não sei. A de que escrevo porque sim. Será uma razão igual para deixar de escrever. E tudo será igualmente perfeito.»

Depois da publicação do primeiro volume de Conta-Corrente de Vergílio Ferreira, em meados de abril, a Quetzal disponibiliza a 22 de maio o Volume II, que reúne os diários de 1982-1985. Até ao final do ano sairá o terceiro e último volume, com os textos referentes a 1989-1992.