2024-06-05

Olhando as gentes do mar, com Raul Brandão.

Homens trigueiros, secos e fortes. Mulheres distintas, mesmo as feias. É assim, de caneta em riste, que Raul Brandão olha as gentes do mar, numa grande reportagem literária que o leva de Caminha a Olhão, passando por Tavira, Sesimbra, Peniche, Murtosa, Póvoa de Varzim ou Praia de Mira, num registo apaixonante em que chama a atenção para a penúria dos pescadores, descrevendo, em simultâneo, o desenho da natureza e o seu cruzamento com a vida dos ocupantes dos territórios. Os Pescadores integra a coleção Terra incognita, numa edição cuidada com prefácio de Francisco José Viegas, que chega às livrarias a 6 de junho.

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Nenhum livro, até hoje, capta a vida e natureza do nosso litoral como Os Pescadores. Mestre da narrativa sem enredo nem personagem, onde foi inovador e vanguardista, Raul Brandão obedece ao mais moderno dos imperativos: ir, ver e contar. «Se eu fosse pintor, passava a minha vida a pintar o pôr do Sol à beira-mar. Fazia cem telas todas variadas, com tintas novas e imprevistas. É um espetáculo extraordinário», escreve, sem deixar de dar voz ao seu próprio estado de espírito: «Estas linhas de saudade aquecem e reanimam-me nos dias de inverno friorento.»

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Terra Incognita é o nome da coleção de literatura de viagens da Quetzal. Mais do que livros de viagem com um formato especial, Terra Incognita reúne títulos e autores que desprezam a ideia de turismo e fazem da viagem um modo de conhecimento.