2024-11-06

O que há hoje de diferente na América?

Com mais de setenta anos, As Aventuras de Augie March (1953) foi uma das razões para atribuir o Prémio Nobel da Literatura a Saul Bellow em 1976. Considerado um dos romances mais poderosos da literatura americana do século XX, regressa esta semana às livrarias com tradução de Salvato Teles de Menezes, numa altura em que todos os olhos estão postos nos Estados Unidos da América.

Partilhar:

Otimista na juventude, cínico e pessimista na idade adulta, Augie March é o arquétipo do anti-herói errante da literatura norte-americana contemporânea e a sua autobiografia é esta epopeia irónica, habitada por personagens inesquecíveis e decisões inusitadas. «Sou americano, nascido em Chicago – Chicago, aquela cidade sombria –, e encaro as coisas da maneira que aprendi a fazer sozinho, em estilo livre. Vou, portanto, fazer o relato à minha maneira.»

A narrativa picaresca das glórias e adversidades do seu destino é contada na primeira pessoa por Augie March, um rapaz pobre que cresceu durante a Grande Depressão, cuja principal motivação é a busca do amor e não um emprego para a vida ou uma morada na zona pobre da cidade. Essa história envolve uma grande quantidade de esquemas e episódios mirabolantes – da relação com pugilistas ao contrabando de emigrantes, do roubo de livros à organização de sindicatos, da segurança mexicana de Trotsky ao treino de águias temperamentais para caçar lagartos gigantes, ou até a salvação da humanidade por meio da abolição do aborrecimento. Escusado será dizer que estes propósitos são acompanhados (e interrompidos) por relações com mulheres fortes, sempre excelentes amantes e, por vezes, ricas.

Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência. Ou não.

Confirme numa livraria perto de si.

«As Aventuras de Augie March é o grande romance da literatura americana. Não procure mais.» Martin Amis