2023-09-20

Mistura de veneno e antídoto.

Soltam-se todos os demónios na reedição de Antídoto, o livro que juntou José Luís Peixoto com os Moonspell, a maior banda metálica portuguesa com projeção internacional, há exatamente vinte anos. Corria o ano de 2003 quando o escritor português – recém-distinguido com o Prémio José Saramago ¬– aceitou o desafio de Fernando Ribeiro para verter em contos o álbum The Antidote, que acabava de ver a luz do dia. Regressa agora às livrarias em edição de luxo – com fotografias de Maria Peixoto Martins, capa dura e sobrecapa.

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São páginas que se escrevem a negro e deixam às claras os medos mais ocultos. Os contos de Antídoto falam-nos de amor romântico, de traumas, do divino, das relações familiares, entre vários outros mistérios. O rigoroso domínio da linguagem e do simbólico é o mesmo que José Luís Peixoto haveria de desenvolver nas suas obras posteriores.

Na sequência de Nenhum Olhar e de Uma Casa na Escuridão, este é um dos textos simultaneamente mais sombrios e belos do au-tor, o vislumbre de um imaginário gótico absolutamente português.

Nas livrarias a 28 de setembro.